1. A 1ª conclusão que salta à vista é o reduzido tamanho da amostra. Tivémos pouco mais de 800 participantes. Tal pode dever-se ao reduzido período de divulgação da experiência, à desconfiança em fornecer este tipo de dados online, ou ao simples desinteresse na participação política. Estes serão aspetos a melhorar em futuras iniciativas deste género de forma a obter maior adesão.

2. Verificamos, sem surpresas, que a faixa etária dos 35 aos 64 anos foi a mais participativa, visto ser uma população relativamente participativa politicamente e, certamente, com mais facilidade no acesso a serviços online. É importante lembrar que o objetivo do Voto Digital não é substituir o voto presencial (o que excluiria parte da população), mas sim complementá-lo de forma a que mais eleitores possam votar, e não menos.

3. Mais de 82% dos participantes indicaram que iriam votar e mais de 5% indicaram que não iriam devido às limitações do voto presencial. Considerando que a votação real teve 42% de abstenção, podemos extrapolar que, se o Voto Digital fosse usado em eleições reais, a abstenção seria reduzida em pelo menos 10% graças à maior acessibilidade do processo de votação online. Ou seja, não eliminaria a abstenção por inteiro mas daria um forte contributo para a reduzir.

4. Apesar da reduzida amostra, tivemos votos vindos de todos os círculos eleitorais do país, o que foi ótimo, sendo que dos círculos de Lisboa e Porto vieram a esmagadora maioria dos votos, tal como aconteceu nas eleições reais, o que reforça a validade da amostra obtida.

5. Olhando para os resultados da Simulação agregados a nível nacional e comparando-os com os resultados das eleições reais, vemos que os resultados não correspondem perfeitamente (o que se explica pela pequena amostra do Voto Digital), mas seguiram precisamente o mesmo sentido, colocando nesta Simulação os 4 partidos mais votados muito próximos dos seus resultados reais.

Em resumo, nesta experiência encontrámos as mesmas tendências de votos, o que demonstrou a validade desta ferramenta enquanto representativa do seu público-alvo. O maior impacto que esta ferramenta teria numa eleição real seria, assim, não no sentido dos resultados (que seria o mesmo) mas sim na redução da abstenção, principalmente na população deslocada e nos círculos Europa e Fora da Europa, onde a abstenção é maior por questões logísticas. Ora, esse é precisamente o objetivo desta iniciativa, facilitar o acesso ao voto e, nesse sentido, esta experiência foi um sucesso e comprovou a necessidade de se recorrer ao Voto Digital, seja em eleições políticas, seja noutro tipo de votações. Obrigado a todos os que participaram nesta experiência.

P.S.: Como indicado durante a iniciativa, uma vez concluída a votação, todos os dados pessoais dos participantes foram eliminados.